No dia 14 de junho é comemorado o Dia Mundial do Doador de Sangue. Dezenas de ações são realizadas todos os meses, sejam elas por organizações sem fins lucrativos, empresas privadas, ou mesmo órgãos governamentais.
Em Castilho, a “Matheus Vive”, que existe desde o dia 11 de novembro de 2019, vem desde então, realizando ações e conquistando corações. Idealizada por Matheus Boaventura, a OSC (Organização da Sociedade Civil) -uma associação privada sem fins lucrativos teve sua primeira caravana de doação de sangue realizada em 14 de dezembro de 2019, infelizmente, um mês após o falecimento de seu idealizados.
“Matheus gravou um vídeo falando a respeito da importância da doação de sangue, e pediu para que as pessoas se atentassem a isso, e não deixassem de doar sangue”, comenta Alana Boaventura, irmã de Matheus e diretora da organização.
Organizar caravanas para a doação de sangue, não é uma tarefa fácil, porém, após quase quatro anos, o sucesso alcançado no propósito da ‘Matheus Vive’, fez com que mais de duzentas pessoas se tornassem participantes assíduos, porém, não se resumem a apenas a doação em si. Palestras, e campanhas de conscientização são realizadas sempre, principalmente em parceria com órgãos públicos como prefeituras, e até mesmo instituições de ensino.
“As ações do grupo “Matheus Vive” consistem em organização de caravanas para levar doadores de sangue até o hemocentro, realização de palestras de conscientização, divulgação de conteúdos informativos sobre doação de sangue, dentre outras ações. Todas estas atividades têm repercutido de forma bastante positiva na sociedade, bem como no âmbito da saúde pública. Trata-se de um assunto que ainda é um tabu e que precisa de muita conscientização para que se torne um hábito em nosso país, fomentando o espírito de altruísmo e solidariedade entre os brasileiros”, destaca Alana.
Com tantas ações, a OSC tem em sua história, três datas com as maiores caravanas já realizadas. Cerca de 40 possíveis doadores em cada uma delas, nos dias 14 de dezembro de 2019; 21 de dezembro de 2019 e 15 de fevereiro de 2020.
Infelizmente, organizações como a Matheus Vive, enfrentam estatísticas desfavoráveis. Apenas 1,6% da população é doadora, o que é muito abaixo do exigido pela Organização Mundial de Saúde, que coloca um número aceitável entre três e 5%.
Com uma parceria firmada com a Secretaria de Saúde de Castilho, desde a segunda caravana, a Matheus Vive leva doadores até o hemocentro de Araçatuba para a realização das doações. “Mesmo com todas as dificuldades, a maior satisfação é saber que muitas vidas são salvas através de nossas caravanas. No início de cada ano, organizamos um cronograma para que haja, no mínimo, quatro caravanas anuais. Entretanto, organizamos várias outras caravanas esporádicas sempre que algum paciente necessitado solicita nossa ajuda”
Mas o sentimento de satisfação, também dá lugar a saudade, sentimento que, como diz a canção, não tem tradução. “Enquanto diretora da organização e irmã enlutada, para mim, o momento mais difícil é saber que as caravanas só existem porque meu irmão faleceu. Entretanto entendo que ele deixou esse legado e agora é a minha missão. Faço todo esse trabalho com muita dedicação e amor, pois esse era o maior desejo dele: ajudar as pessoas”, diz.
Advogada, professora e mestranda, Alana e a organização, têm se empenhado por fazer ainda mais. Com uma pesquisa sobre a organização de caravanas de doação de sangue, por meio de redes sociais, a OSC e sua diretoria, planejam aumentar as perspectivas e conquistar os corações de mais e mais cidadãos de Castilho e região.
“Sonhamos muito com esse projeto que só tem a crescer e ganhar força, sempre em prol da conscientização da sociedade e do abastecimento dos bancos de sangue. Matheus Vive é legado, resiliência e muito amor”, finaliza Alana.
Filho do Prefeito Paulo Boaventura, e da primeira dama, Edileuza Boaventura, irmão de Alana e Lara, Matheus era carismático, feliz e deixou o legado da perseverança enraizado no coração de sua família.
Por Ygor Andrade – Especial para o JPN
