REGIÃO

Animais ganham ‘picolé’ de frutas e banho de chuva artificial para enfrentar tempo seco

Os animais silvestres em atendimento no Centro de Triagem e Reabilitação (Cetras) do Parque Ecológico do Tietê, em São Paulo, estão recebendo tratamento especial para minimizar os impactos das condições climáticas dos últimos dias. Ar-condicionado para os filhotes, “picolé” no palito, banho, frutas refrescantes, sombra e muita água fresca são disponibilizados aos bichinhos para minimizar os efeitos das altas temperaturas e o tempo seco. A informação é da Agência SP.

As medidas foram adotadas pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil) para melhorar o conforto térmico e também como forma de enriquecimento ambiental: “Oferecer frutas em diferentes formatos, texturas e temperaturas são importantes estímulos aos animais na busca por alimentos”, explicou a diretora técnica do Cetras, Sayuri Fitorra.

Iguana ganha borrifada de água para se refrescar. Foto: Marcelo Camargo/Governo de São Paulo

Um jovem macaco-prego e um sagui-de-tufo-branco gostaram das novidades. Pelo menos uma vez ao dia, eles se lambuzam com uma espécie de “picolé no palito” oferecida pelos tratadores. Não são sorvetes de verdade, são pedaços de frutas congelados com água de coco ou suco de fruta. “É um alimento nutritivo e refrescante”, explica Sayuri.

Os jabutis do abrigo também aproveitam o “banquete” de frutas, principalmente quando encontram melancias, uma das preferidas desses bichinhos. A espécie não ocorre no estado de São Paulo, mas nas regiões central e nordeste do Brasil. O Cetras recebe esses animais e faz o trabalho de repatriação ao seu local de origem.

Sagui recebe picolé de frutas. Foto: Marcelo Camargo/Governo de São Paulo

Maternidade

Para garantir um ambiente mais fresco para uma arara adulta que chegou ao local há cerca de três meses, foi improvisada uma cobertura de folhas naturais sobre o viveiro. Com mais sombra, ela passou a ficar muito mais confortável e curiosa com o item novo. A ave continua em processo de reabilitação e tem grandes chances de voltar à natureza.

Para o bem-estar dos bichos, troca frequente de água, cubos de gelo nas vasilhas, ambiente climatizado na maternidade e banhos com pulverizadores também estão entre as adaptações feitas no espaço. Uma iguana há dois meses no centro tem se refrescado diariamente com a água que sai do equipamento como se fosse chuva. O réptil chegou ao Cetras apresentando queimaduras por lâmpadas de aquecimento, mas já se recupera bem.

Essas espécies, assim como a maioria dos animais em atendimento no Cetras-SP, são originárias do tráfico de animais silvestres. “Este é um dado preocupante. O tráfico de animais é altíssimo no Brasil e só vem crescendo. Estamos sempre em campanha para disseminar informações e contribuir para aumentar a consciência de toda a sociedade sobre a gravidade do problema”, concluiu Sayuri.

Jabuti é alimentada com melancia. Foto: Marcelo Camargo/Governo de São Paulo

Números do Cetras-SP no primeiro semestre de 2024

  • Total de animais recebidos: 4.040, sendo 3.228 aves, 259 mamíferos, 550 répteis e 3 anfíbios
  • Foram 188 diferentes espécies de animais silvestres
  • Oriundos de apreensões (2.422), entregas voluntárias de animais que estavam em cativeiro irregular (445) e resgates (1.151)
  • Dos animais reabilitados, 78,76% foram destinados para soltura

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