REGIÃO
Governo de SP investe R$ 3,8 mi em robô para tratamento de pacientes na rede Lucy Montoro
O Governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), adquiriu um novo aparelho robótico de alta tecnologia, o primeiro da rede pública estadual e segundo dessa versão disponível no país. Com investimento de R$ 3,8 milhões, o equipamento é líder mundial em reabilitação de marcha e terapia intensiva assistida por robô. A informação é da Agência SP.
O dispositivo robótico LokomatPro Sensation beneficiará pacientes, da Rede de Reabilitação Lucy Montoro de Diadema, que têm limitações para caminhar, como vítimas de sequelas de acidentes vasculares cerebrais (AVCs), doenças neurológicas, lesões medulares, doença de Parkinson, traumatismo craniano encefálico, entre outros.
Inicialmente, o Lokomat é acoplado ao paciente para fazê-lo andar sobre uma esteira rolante. Para isso, ele é “içado” por um suporte que sustenta a cintura pélvica e duas órteses para os membros inferiores, o que possibilita que o paciente use as articulações do quadril e do joelho. Já sobre a esteira rolante, e com auxílio de um fisioterapeuta, o usuário é estimulado a se locomover em um treinamento intensivo para aumento de força dos músculos e amplitude de movimentos, inclusive com uso de gameterapia — o que desafia o paciente e traz aumento de performance.
“É um marco significativo para a unidade, que só foi possível graças à dedicação de todos os profissionais. Desde a identificação da necessidade, elaboração do projeto, até o complexo processo de aquisição. Trata-se de um recurso tecnológico de altíssimo nível que irá qualificar ainda mais o processo de reabilitação dos nossos pacientes”, disse a diretora-geral da unidade, Marina Daminato.
No primeiro momento, pelo menos 150 pacientes da unidade serão beneficiados com a nova tecnologia. Um treinamento de quatro dias foi realizado com a participação da equipe multidisciplinar, garantindo que eles estejam aptos a operar o novo dispositivo.
A capacitação foi dividida em teoria e prática e, ao final, contou com a participação de quatro pacientes previamente selecionados, entre eles uma criança. Todos foram assistidos pela equipe de fisioterapeutas e uma instrutora técnica da empresa fabricante.
Durante todo tratamento, o paciente é monitorado por dois computadores que mensuram a qualidade do treinamento para o fisioterapeuta. O resultado é uma marcha mais equilibrada, simétrica, refinada e conquistada mais rapidamente quando aliada à terapia convencional.
“O equipamento agrega um complemento à terapia, com treino específico, direcionado e mensurável. Com muita repetição de movimentos — e repetições de qualidade. Não substitui a fisioterapia convencional, mas traz importante ganho ao processo de reabilitação, especialmente nos casos em que o fisioterapeuta precisa de um esforço adicional para executar o treino. A ideia não é o paciente saber andar ‘bonito’ na máquina, mas de forma correta, alinhada, com padrão de marcha e biomecânicas adequados”, explica a instrutora técnica e também fisioterapeuta, Débora Fragoso.
Além disso, a geração de dados e relatórios personalizados permite medir e ajustar, de forma precisa, o número de repetições de movimentos, a intensidade da carga aplicada, grau de amplitude, força isométrica e rigidez mecânica. A expectativa é que, a cada semana, a terapia de marcha automatizada aliada à fisioterapia convencional traga inúmeros progressos à habilidade motora do paciente.
A diretora técnica médica da unidade, Marcella Coppini, celebra a chegada do equipamento e prevê avanços no tratamento dos usuários. “Estamos muito contentes com essa aquisição. É emocionante ver os pacientes que não andam há muito tempo darem seus primeiros passos. Ao longo das sessões, esperamos proporcionar mais autonomia e qualidade de vida aos nossos pacientes”.
Experiência
Um dos primeiros pacientes a testar o robô foi o morador de São Bernardo do Campo, Pedro Henrique da Souza Brandão, de 22 anos. Vítima de um acidente de moto há dois anos, o paciente realiza tratamento na unidade há um ano e sete meses. “A experiência foi muito boa e creio que irá beneficiar muitos pacientes como eu. Ainda tenho mobilidade reduzida, mas já melhorei bastante desde que iniciei o tratamento aqui. Não tinha o movimento do tronco, e hoje consigo ter muito mais equilíbrio. Acredito que o novo aparelho irá me ajudar ainda mais nessa reabilitação”.
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