REGIÃO
Dia do Servidor Público: conheça histórias de funcionários que há décadas fazem a diferença
O Dia do Servidor Público é celebrado nesta segunda-feira, 28 de outubro. Em todo estado, são quase 540 mil agentes da administração direta e indireta servindo à comunidade. São diversas as funções, como professores, médicos, policiais, auditores, assessores e motoristas. As áreas com o maior número de servidores são: educação, segurança pública, saúde e ciência e tecnologia. Conheça algumas histórias desses funcionários que fazem a diferença para a população. A informação é da Agência SP.
42 anos de dedicação ao Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros
Rosana Negrizoli é bióloga, tem 65 anos e trabalha como funcionária pública há 42 anos no Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros, da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Na unidade, referência em todo o Estado de São Paulo pelo atendimento em saúde da mulher e do recém-nascido, ela construiu uma carreira, passando de oficial Administrativa de Laboratório para Diretora da Divisão de Apoio Diagnóstico.
A diretora aponta que a tecnologia foi uma transformação que marcou as mais de quatro décadas de trabalho no hospital. “As coisas evoluíram, tudo se tornou mais rápido com a internet. Atualmente, os pacientes conseguem agendar consultas, exames, tudo de uma forma muito mais fácil. A primeira vez que vi um computador na frente eu me assustei e hoje a gente não vive sem ele”, relembra.
Rosana testemunhou diferentes fases do hospital e acabou criando uma família com os colegas de trabalho. “No funcionalismo público, nós trabalhamos muitos anos com as mesmas pessoas e eles acabam se tornando membros da nossa família. Quando você tem esse contato, essa amizade, fica muito mais fácil de trabalhar e você passa para o paciente um ambiente melhor e mais acolhedor”, comenta.
Toda a dedicação gerou frutos e, hoje, a unidade é referência em saúde da mulher e maternidade. “Eu tenho muito orgulho de fazer parte da família Leonor. Somos premiados como maternidade segura, aleitamento materno, consultórios de rua e outros projetos de sucesso, como o Outubro Rosa”, comemora.
Rosana admite que sofre ao pensar na aposentadoria. “Tento me preparar psicologicamente porque eu sei que não vai ser fácil. Eu amo o que eu faço. Eu amo ser servidora pública. Eu amo o Leonor!”.
31 anos fazendo o que gosta
Glória Inês Barbosa dos Santos começou a trabalhar na Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas de São Paulo ainda estagiária, em 1993, no setor de Recursos Humanos, pela antiga Fundação de Desenvolvimento Administrativo. De lá, passou por diferentes áreas, como Conselho Estadual de Cultura, na antiga Universidade Livre de Música do Estado de São Paulo, Orquestra Jazz Sinfônica e até na produção do Festival de Inverno em Campos do Jordão.
Depois de passar por diferentes áreas, há 15 anos, ela retornou ao setor de RH como diretora técnica II, se efetivando no serviço público em 2012. “Para mim, ser servidora pública é uma experiência muito gratificante porque tudo que eu tenho eu devo a ser servidora pública. Eu consegui estudar, construir a minha família e me aperfeiçoar. Eu me realizo fazendo o que eu faço, porque faço o que gosto que é atender, acolher e ajudar”, afirma Glória.
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Durante os 31 anos na Secretaria da Cultura, a diretora técnica também se diz muito realizada em acompanhar de perto jovens que passaram por projetos da pasta e hoje são músicos profissionais. “Eu conheci crianças pequenas que começaram com 8 anos e hoje estão tocando nas maiores orquestras do mundo. Isso é muito gratificante, você trabalhar em uma secretaria que pode proporcionar cultura de boa qualidade e ainda incentivar uma outra pessoa a ter uma profissão”, ressalta.
Gloria ainda deixa o recado para quem está chegando no serviço público. “A estabilidade é um benefício, mas o verdadeiro valor está na oportunidade de contribuir diretamente para o funcionamento da sociedade. Esteja sempre disposto a aprender e se adaptar, porque o serviço público pode ser muito dinâmico e desafiador. Temos muitas oportunidades de desenvolvimento e aperfeiçoamento nas nossas atividades. O Governo disponibiliza vários cursos que permitem uma maior especialização e qualificação profissional.”
Três gerações na polícia de São Paulo
O investigador da Polícia Civil de São Paulo Jeferson Barboza entrou para a corporação em 2012, mas a relação dele e de sua família com o serviço público de São Paulo começou há muitos anos. O avô de Jeferson esteve na polícia como investigador de 1935 a 1965. E seu pai, o sargento José Luiz Barboza, hoje veterano da Polícia Militar, está na corporação desde 1964.
Segundo Jeferson, a paixão pela polícia passou de geração para geração, tendo início com o tataravô. “Desde o meu tataravô, estamos envolvidos com a Segurança Pública. Inclusive o meu avô, que também foi Investigador de Polícia, lutou na Revolução de 32”, afirma.
Segundo Jeferson, o início na corporação foi desafiador e de muito aprendizado. “De imediato, fui para o Plantão Policial, que é a porta da frente da Polícia Judiciária. No plantão é onde são apresentadas as diversas ocorrências policiais, além de efetuar o atendimento da população”. Para ele, ser um servidor público é a essência de servir ao próximo da melhor maneira possível, sem esperar nada em troca.
No dia de sua posse, seu pai deixou o recado. “Nunca esqueça, na rua, é preciso ter sempre olho vivo e pé ligeiro.” O investigador também deixa o recado para quem está chegando. “Tenham respeito, compromisso e lealdade: respeito para com todos sem exceção, compromisso com a sua equipe de trabalho, e lealdade com a sua honra, com os colegas de profissão e com o Estado de São Paulo. Afinal, somos os representantes do Estado perante a sociedade”, afirma.
Qualidade de ensino como legado
Gennaro Soria, 77 anos, trabalha na Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) há mais de 20 anos. Passando por diversos cargos administrativos, Gennaro teve experiência como coordenador administrativo e diretor técnico de programas de ensino do Estado. Hoje, atua como assessor técnico na Coordenadoria de Infraestrutura de Serviços Escolares (Cise), e busca seguir com sua missão de oferecer uma educação de qualidade. “Estar aqui me possibilita trabalhar com projetos e programas que ajudam as escolas”, diz Gennaro.
Com seus anos de serviço, Gennaro afirma que o bom funcionamento das escolas também é feito por funcionários que trabalham indiretamente para manter a melhor estrutura e ambiente escolar possível. “Uma boa aprendizagem para os alunos também significa manter o funcionamento da infraestrutura da escola, oferecer uma escola agradável para as crianças. Eu trabalho para isso: oferecer uma escola completa.”
Antes de se tornar servidor, o assessor também trabalhou em empresas privadas na área administrativa e aponta a maior diferença ao atuar como servidor: “Quando eu tive a felicidade de vir trabalhar na secretaria, descobri que aqui tem servidores que são muito dedicados ao trabalho, muito competentes e buscam deixar um legado. Quero fazer o mesmo, entregar uma boa educação para milhares de alunos.”
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